Filosofia Medieval
Guilherme de Ockham: A Navalha de Ockham
Guilherme de Ockham (1287–1347), monge franciscano inglês do século XIV, deixou um legado duradouro na história da filosofia. Sua busca por uma explicação mais simples e parcimoniosa para os fenômenos naturais e metafísicos o tornou uma figura central na transição da Idade Média para o Renascimento.
Nascido na Inglaterra, Ockham ingressou na Ordem Franciscana e dedicou sua vida ao estudo da teologia e da filosofia. Sua carreira acadêmica foi marcada por intensas disputas teológicas, especialmente sobre a natureza da pobreza apostólica e o poder papal. Suas posições controversas o levaram ao exílio, onde continuou a desenvolver suas ideias.
Navalha de Ocham
A principal contribuição de Ockham para a filosofia é o princípio da parcimônia, mais conhecido como "navalha de Ockham": "Entidades não devem ser multiplicadas além da necessidade." Essa máxima, que se tornou um dos princípios fundamentais do método científico, sugere que, ao explicar um fenômeno, a teoria mais simples e com menos entidades é preferível e possivelmente a verdadeira. Ao invés de buscar explicações complexas e abstratas, Ockham defendia a importância de se ater aos fatos observáveis e construir explicações baseadas na experiência.
Nominalismo
Ockham era um nominalista, ou seja, negava a existência de universais como entidades reais e independentes das coisas particulares. Para ele, os universais eram apenas nomes que utilizamos para agrupar coisas semelhantes. Essa posição o colocou em oposição ao realismo, corrente filosófica dominante na época que afirmava a existência de formas universais separadas das coisas individuais.
No filme "O Nome de Rosa" (1986), o protagonista, o monge franciscano William de Baskerville (claramente inspirado em Guilherme de Ockham), demonstra um pensamento investigativo e cético que ecoa os princípios do nominalismo. Sua abordagem racional e investigativa para resolver o mistério do assassinato no mosteiro reflete o foco ockhamista na experiência concreta e na rejeição de abstrações desnecessárias.
Outra característica marcante da filosofia de Ockham era sua crítica ao escolasticismo, movimento filosófico que dominou as universidades medievais. Ockham rejeitava a complexidade e as especulações metafísicas da escolástica, buscando uma filosofia mais simples e fundamentada na lógica. Ele defendia a importância da experiência sensorial e do conhecimento individual como base para a construção do conhecimento.
A filosofia de Ockham teve um impacto significativo no desenvolvimento da ciência e da filosofia moderna. A navalha de Ockham, por exemplo, continua sendo uma ferramenta importante para a construção de teorias e modelos explicativos em diversas áreas do conhecimento. Além disso, suas críticas ao escolasticismo e sua defesa do nominalismo contribuíram para a secularização do pensamento e para o desenvolvimento de uma filosofia mais empírica e racional.
Guilherme de Ockham foi um pensador revolucionário que deixou um legado duradouro na história da filosofia. Sua busca por uma explicação mais simples e parcimoniosa para os fenômenos naturais e metafísicos, aliada a sua crítica ao escolasticismo e sua defesa do nominalismo, o tornaram uma figura fundamental na transição da Idade Média para o Renascimento.

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